PERGUNTAS - Vitor Abud Hiar
 
                 

 

 

 

 
 
 
 
 
 

 

 

Tenho 30 anos de idade e comecei a tocar derbakke agora. Há alguma possibilidade de eu me tornar um grande derbakista no futuro?

R:. Sim, isso tudo vai depender de seu talento, oportunidades e vontade para aprender.

Você começou a tocar com quantos anos ?

R:. Comecei de 3 para 4 anos de idade.

Com quem você aprendeu a tocar a derbakke ?

R: Aprendi com o renomado Pioneiro da Percussão árabe no Brasil, Fuad Haidamus.

Qual a idade mínima para se começar a tocar derbakke? E a idade máxima ?

R:. Três ou quatro anos para a idade mínima. Não existe, porém, idade máxima, mas, uma pessoa com idade avançada terá menor agilidade que uma pessoa mais jovem.

Eu estudo percussão árabe há 3 anos. Tenho condições de fazer shows e dar aulas.

R:. Já recebi várias perguntas sobre esse tema. Pode fazer shows sim, desde que tenha consciência e certeza de que aquilo que está apresentando é o certo, o correto. Os quesitos mínimos são: ter compasso (importante) e tocar os ritmos de forma satisfatória. Procure antes começar com alguém que já tenha certa pratica, fazendo percussão base.

Com relação ao fato de ministrar aulas, esse é um ponto bastante delicado. Para uma pessoa ensinar, ela precisa conhecer a essência básica de uma das duas grandes escolas de percussão árabe existentes, ou seja, a escola sírio-libanesa e a escola clássica egípcia. Essas escolas apresentam filosofias diversificadas e, quem quer realmente ensinar, necessita conhecê-las um pouco, pois estão diretamente ligadas à forma de interpretar e, principalmente, do uso correto das técnicas para a execução dos ritmos. Se você não segue nenhuma dessas escolas, então estará ensinando algo sem base, sem estrutura. Seria o mesmo que fixarmos um prego na areia. Evite dizer a frase "Olhe como eu faço e faça igual". Isso não é ensinar, mas, sim, prejudicar quem quer aprender de verdade.

Eu posso aprender percussão árabe com o material que encontrei na internet ?

R:. Dependendo do material, você poderá adquirir uma boa "noção"! Eu já tive a oportunidade de ler muitos absurdos sobre percussão árabe na internet. Devemos, sim, ficarmos atentos. Há muito material enganoso ou que não condiz com a realidade.

Eu quero iniciar meus estudos na percussão mas as aulas são muito caras e tenho medo de me frustrar com profissionais de pouco conhecimento. Tem como eu saber se realmente minhas aulas estão valendo a pena ?

R:. Sim ! Se uma pessoa está ensinando, certamente está seguindo os moldes de uma das duas grandes escolas árabes de percussão, ou seja, a clássica egípcia ou a sírio-libanesa. Pergunte qual dessas escolas seu professor está seguindo e o por quê ! Fique atendo na resposta ! Qualquer dúvida, é só nos enviar um e-mail !

Os seus ensinamentos neste site seguem qual escola ?

R:. Como trata-se de um site de inicialização, há uma fusão dos ensinamentos das duas escolas. Há raciocínios da escola egípcia (também conhecida como escola clássica de percussão), como também da escola libanesa. Isso é necessário para que o aluno tenha condições, no futuro evidentemente, de optar entre as duas escolas e seguir seus estudos no aprofundamento da percussão árabe. Para ensinar, eu sigo os moldes da escola clássica egípcia de percussão.

Quero comprar um derbakke mas não sei qual o melhor: Alumínio ou Cerâmica ?

R: Eu prefiro sempre os derbakkes em corpo de cerâmica pela sua pureza e tradicionalidade sonora, porém não há como estabelecer uma distinção entre este e os feitos em alumínio fundido, que também possuem sonoridade benemérita. Antes de mais nada, é preciso verificar como irá utilizar o instrumento. Se for utilizá-lo em shows, workshops etc, prefira os feitos em alumínio fundido, pois manter a pele esticada e aquecida dos derbakkes feitos em cerâmica é um pouco complicado.


É
verdade que os primeiros derbakkes da humanidade foram confeccionados em alabastro ?

R: Históricamente não ! Registros mostram que os primeiros derbakkes foram confeccionados em argila extraída primeiramente às margens do Nilo. Essa é, portanto, a tradição que perdura até nossos dias. O alabastro, por sua vez, é uma rocha alvacenta pouco dura do qual se extrai um pó muito fino e granulado. É certo que os egipcios usavam o pó do alabastro para a confecção de pequenos vasos para perfumes, alguns objetos sagrados e até peças funerárias. Um derbakke feito em alabastro de calcite, que fora o utilizado pelos povos antigos, certamente seviria apenas para decoração pois, se utilizado como instrumento de percussão, teria uma sonoridade bastante inferior frente ao feito em cerâmica.

Com relação à percussão de base (Doholla, Mazhar, Bendir etc..), devo usar instrumentos em pele natural ou sintética ?

R: Prefira pele de cabra, pois são superiores frente às peles sintéticas. Um doholla feito de cerâmica e em pele de cabra tem sonoridade superior aos feitos em pele artificial.

Quanto tempo leva para se aprender a tocar bem o derbakke ?

R: Todos possuem capacidade plena em aprender a tocar bem um instrumento. Quanto ao tempo,tudo irá depender de sua dedicação, talento e vontade para aprender.

Qual a diferença entre os derbakkes modernos feitos em vinil e os feitos em madrepérolas ? Há diferença sonora entre eles ?

R: A diferença está no acabamento do instrumento. Os derbakkes em vinil ou standard, por serem mais baratos, possuem acabamento inferior aos produzidos em madrepérolas e por isso podem apresentar uma sonoridade menor. É importante ressaltar que essa diferenciação sonora é mínima e tanto os derbakkes feitos em vinil quantos os revestidos em madrepérolas são de ótima sonoridade.

Mulher pode tocar derbakke ?

R: Claro que sim ! Existem várias mulheres derbakkistas

Riqq (Egito) e Daff ( Líbano ) são os mesmos instrumentos ou existe uma diferença entre eles ?

R: São os mesmos instrumentos musicais.

A expressão "Daff Profissional" está correta ?

R: Sim, é uma expressão aceitável ! Quando falamos em Daff profissional, estamos nos referindo ao instrumento próprio para ser utilizado por músicos. Há o Daff para ser usado nas danças, possuindo acabamento e sonoridade inferiores aos do Daff profissional.

Ouvi dizer que os derbakkes de cerâmica possuem certas desvantagens em relação aos de alumínio. Isso é verdade ?

R: Sim, possuem uma pequena desvantagem quanto a afinação pois é complicado manter a pele aquecida e "esticada" (o correto seria rígida) de um derbakke de cerâmica em tempos com muita umidade.

Onde compro instrumentos de percussão árabe ?

R: Envie-nos um e-mail para que possamos informar aonde comprar instrumentos árabes de qualidade no Brasil.

E
u comprei um derbakke todo revestido em madrepérolas e elas vivem desgrudando e caindo. Como eu faço para colar ?

R: Isso é muito comum de acontecer, principalmente na base do instrumento. Você pode facilmente reparar utilizando cola adesiva.

Comprei um derbakke de vinil e não consigo apertar os parafusos que estão muito duros. Tentei trocar o couro mas está impossível ! Como eu faço ?

R: Bem, se você estiver utilizando uma tradicional chavinha em formato "L"(chave Allen) com certeza poderá ter problemas. Essa pequena chave, apesar ser de praxe vir junto com o instrumento, não é muito eficiente. Troque-a por uma pequena chave catraca que você não terá problema.

Existem diferenças de estilos entre um derbakkista libanês e um derbakkista egípcio ?

R: Muito difícil dizer. Geralmente, derbakkistas libaneses valorizam o estilo prático e popular, já os egípcios, valorizam o estilo técnico e complexo . Hoje essa distinção é praticamente nula.

Tenho um Riqq em pele de peixe e o couro desgrudou da madeira. Qual a cola que utilizo para reparar isso ?

R: Existe uma técnica para reparar esse instrumento. Envie-nos um e-mail para que possamos explicar melhor.

Vitor, tenho um derbakke em madrepérolas e pele de peixe. O couro está muito velho e já não segura uma boa afinação. Tem com eu trocar esse couro ?

R: É claro que sim ! Existe uma técnica própria para se fazer ! Envie-nos um e-mail para que possamos lhe explicar melhor o procedimento.

É
verdade que os egípcios são os melhores derbakkistas do mundo árabe ?

R: O Egito foi e ainda é berço de grandes derbakkistas virtuosos. Hoje, o Libano está também como uma outra grande potência na percussão árabe.
Ao meu ver, os derbakkistas mais virtuosos do mundo árabe são, em geral, egipcios e libaneses.

Tenho um derbakke em pele de peixe. Como eu faço para não deixar ressecar o couro ?

R: Utilize um creme hidratante comum espalhando-o por todo couro. Importante: Espere que o couro absorva todo o hidratante e esteja bem seco antes de tocar novamente.

Existem derbakkes amadores (cerâmica ) e profissionais (alumínio )?

R : Essa distinção não existe ! Tanto os derbakkes em cerâmica quanto os em alumínio e madeira são todos utilizados por percussionistas profissionais .

Os derbakkes modernos revestidos em madrepérolas possuem um som abafado e perdem com facilidade a afinação. Isso é verdade ?

R: Não é verdade ! Os derbakkes modernos em madrepérolas são os que possuem melhor sonoridade tanto que são os mais requisitados atualmente pelos percussionistas do mundo árabe. Quando se adquire um derbakke novo é normal que ele perca a afinação no começo.

Se eu aprender a tocar o Derbakke, eu automaticamente consigo tocar todos os demais instrumentos da percussão árabe ?

R: Você terá grande facilidade em aprender os demais instrumentos porém cada um possui uma característica e técnica específica, havendo necessidade de estudo e treino.

É preciso ser árabe ou descendente para tocar Derbakke ?

R: Claro que não !

Qual a diferença sonora entre o Daff e o Pandeiro brasileiro ?

R: Os címbalos de um Riqq possuem diâmetro maior que os de um Padeiro comum, apresentando aquele um som mais grave que este.

Qual a diferença entre um Daff profissional e um Daff para Dança do Ventre ?

R: Esta no seu acabamento e na sua sonoridade. O Daff para Dança do Ventre, justamente por ter a finalidade de apenas ser utilizado na dança, não possui grande poder sonoro em seus címbalos.

Quem são os pioneiros da música árabe no Brasil ?

R: A história da música árabe no Brasil, como não poderia ser de outra forma, inicia-se com a profissionalização da arte neste país. É quando a música árabe passa a ser apresentada da maneira correta, sem elementos que a descaracterizem ou, então, influência de outras culturas, como a turca por exemplo. Historicamente são os seguintes pessoas:

Romeu Féres: Cantor Lírico, regente, alaudista e primeiro intérprete profissional de músicas árabes do Brasil. Pioneiro no lançamento dos primeiros long plays de canções árabes pela Odeon.

Fuad Haidamus: Pioneiro da Percussão Árabe no Brasil. Produziu os primeiros derbakes fornecendo para milhares de lojas de instrumentos musicais deste País. Primeiro a se apresentar musicalmente em uma novela de televisão (juntamente com seu irmão Jorge Aidamus) e programa de rádio (Chico Shabou). Realizou inúmeras gravações sendo o primeiro percussionista oriental a tocar ao lado de orquestras tipicamente ocidentais como as dos maestros Osmar Millani e Sílvio Mazucca.

Wady Cury: Pioneiro da música árabe melódica no Brasil. Cantor e Alaudista. Pioneiro na formação do primeiro conjunto musical árabe típico e profissional do Brasil. Lançou vários Lp's de músicas folclóricas árabes pela Continental.

Nabil Nagi: Cantor, Alaudista e Violinista. Pioneiro na modernização das apresentações, dando maior carisma aos shows ao vivo. Em Buenos Aires, lançou seu Lp de título "Las Mil e una Noches em Shark".

Ali Murad: Cantor e alaudista de origem libanesa. Primeiro artista a gravar o "Canto do Muezim" (religioso). Seu trabalho fora intitulado "O Chamado do Muezim".

Há também os precursores na difusão da música pelo Brasil, são eles: Emílio e Willian Bunduki, Jorge Aidamus e Said Azar.

Os artistas mais antigos de nossa história musical profissional foram: Fuad Haidamus, Romeu Féres, Tanius Baaklini e Wadi Cury.

Por que Romeu Féres é o pioneiro do canto árabe profissional no Brasil ?

Porque Romeu Féres fora o primeiro cantor a divulgar profissionalmente o canto árabe para o povo brasileiro, seja através de gravações, festas e eventos públicos que participou. Lembrando que ganhou por duas vezes o prêmio Roquete Pinto (1951 - 1952) como o maior intérprete de música internacional no Brasil.

Féres deu definitivamente o primeiro passo rumo ao reconhecimento e profissionalização da arte do canto árabe, enfrentando inúmeras barreiras na época (principalmente discriminação). Lançou em seus dois Lp's nada menos que 16 canções típicas (com títulos em português), de autoria do poeta e também músico Tanius Baaklini, ao lado da Oquestra e Coro do Maestro Luis Arruda Paes ( famosa na época ). Seu trabalho fora ínédito, desbravador e, sem dúvida alguma, abridor de caminhos. Da mesma forma foram os trabalhos de Fuad Haidamus e Wadih Cury.

O que foi o período pré-pioneiro da musica árabe no Brasil ?

Fora o período que antecedeu os trabalhos de implantação e difusão da legítima música árabe profissional em território brasileiro. Nesse período, a "música árabe no Brasil" era amadora, ou seja, sem a ânsia da profissionalização. É por essa razão que, como dizia Fuad Haidamus, havia muita descaracterização técnica e instrumental. Muitos artistas amadores e profissionais estiveram no Brasil por um tempo, se apresentavam restritamente nos clubes árabes e, posteriomente, retornavam a seus paises de origem. Alguns, inclusive, chegaram a registrar cantos típicos e solos instrumentais em discos de 78 rpm (até mesmo Fuad Haidamus o fez), tudo ficando adstrito à comunidade árabe apenas. É certo, contudo, que, mesmo escritos em caracteres árabes ( prova cabal de que não havia interesse até então em divulgar aquilo ao povo brasileiro ), muitos desses trabalhos foram catalogados e, hoje, merecidamente, integram a história da discografia brasileira.

Contudo, os primeiros artistas que, permancendo no Brasil e vencendo inúmeros obstáculos, profissionalizaram e levaram a música árabe aos brasileiros pioneiramente foram: Romeu Féres (canto), Fuad Haidamus (percussão) e Wadih Cury ( melodia e canto). Através deles abriu-se caminho para outros tantos profissionais, como: Nabil Naji, Said Azar, Jorge Aidamus, Ali Murad, Willian Bunduki etc..

Como era o conjunto musical árabe em 1970 no Brasil ?

R: Era essencialmente tradicional. Seguia o mesmos moldes das orquestras tradicionais egípcias e libanesas da época.

Quando que a música árabe começou a ganhar impulso no Brasil ?

R: A ídeia de se expandir a música árabe pelo Brasil começou em 1970, impulsionada pelos trabalhos de Fuad Haidamus, Wadih Cury e Romeu Féres, que abriram caminhos para tal possibilidade. O marco inicial, contudo, ocorreu entre os anos de 1977 a 1978, quando foi ao ar a novela "O Astro" exibida pela rede Globo de televisão. Em um dos capítulos dessa novela, Fuad Haidamus juntamente com seu irmão, o alaudista Jorge Aidamus, se apresentaram em umas das festas patrocinadas pelo personagem Salomão Hayallah, o que acabou despertando a curiosidade dos brasileiros. Havia também nessa mesma época, um programa de televisão destinado à colônia árabe de São Paulo chamado "Programa Árabe na TV", veiculado pela Rede Gazeta.

É certo dizer que hoje a música árabe está bem mais desenvolvida no Brasil hoje do que em anos anteriores ?

R : Um pouco, graças aos meios modernos de comunicação e a Dança do Ventre ( principalmente ) ! Quem gosta e procura música árabe no Brasil ainda é uma parcela da população ( geralmente árabes ou descendentes, bailarinas de dança do ventre e amantes do gênero ). A grande massa populacional gosta indiscutivelmente da Dança do Ventre, que, por sinal, se desenvolveu significativamente no Brasil. Fuad Haidamus trouxe a percussão árabe para o Brasil, abrindo caminhos para essa nova arte. Devido as dificuldades naturais da época, a cultura musical árabe ( instrumentos, técnicas, tipos músicais, etc...) germinou em quase toda sua totalidade no âmbito da colônia árabe e ali permaneceu.

Quando e como se iniciou a difusão da música árabe no Brasil ?

R: Inicialmente, a difusão era feita de forma privativa e amadora, ou seja, no âmbito da comunidade árabe apenas. Existem, também, precedentes históricos, como Nagib Mubarak que gravou pela Odeon, em 1930, alguns cantos típicos sírios em discos de 78 rpm.

A história da música árabe no Brasil, contudo, inicia-se com a profissionalização da arte no país. O marco inicial aconteceu em 1956 pelas ondas da Rádio Clube de Santo André, tendo como expoentes Chico Shabou (S'habou) (apresentador) e Fuad Haidamus, que cantou na inauguração do programa. Também Romeu Féres, que profissionalizou em definitivo o canto árabe, através de seu LP "Jóias Árabes" , primeiro da história.

Segundo inúmeros profissionais, na década dos anos 60, 70 e 80, não havia música árabe no Brasil e os poucos Lp's precisavam ser adquiridos no exterior. Isso é verdade ?

R: Não é verdade ! Em 1940 e 50, a Odeon e a Continental já produziam no Brasil discos em 78 rpm com canções árabes. Havia também, nessa mesma época, a Baida do Brasil, de Constantino F. Baida, que tinha como logomarca não os tradicinais alaúdes cruzados (simbolo internacional da Baida Records), mas, sim, um pássaro canário. Tudo está devidamente documentado neste site.

Romeu Féres, pioneiro do canto árabe profissional no Brasil, gravou pela Continental, entre as décadas de 50 e 60, os primeiros Lp's de músicas árabes no Brasil. Havia também representantes das grandes gravadoras do Egito e Lìbano, cosideradas, hoje, grandes legendas na história da música árabe no Mundo, como: Voice of Lebanon, Ariphone, Cairophon, Sonocairo etc.. (visite o link http://www.vitorabudhiar.com/curiosidades.htm e conheça com exatidão toda essa história, com fotos e arquivos de áudio das antigas mídias produzidas no Brasil).

A música árabe está consolidada no Brasil atualmente ?

R: Não e ainda falta muito para isso acontecer. Os ritmos árabes, os instrumentos que compõem a música árabe ( principalmente percussão ), as suas técnicas etc.., ainda são bastante desconhecidas pela maioria dos brasileiros.

Quando desenvolvi este site, desejei mostrar de forma um pouco mais transparente a percussão árabe ( libanesa ), juntando ensinamento básico e história da percussão no Brasil. Sempre fui um grande admirador da história real da música árabe neste País e de suas tradições ( há mais de 30 anos). Quando percebi que toda essa rica história que hoje estamos resgatando e levando ao conhecimento de todos estava sendo apagada dia após dia, ampliei os horizontes em minha proposta de trabalho.

É correto dizer que a história inicial da música árabe no Brasil estava esquecida ?

R: Sem dúvida ! A falta de um histórico detalhado acabou favorecendo, diretamente ou indiretamente, o surgimento de idéias oportunistas e, certamente, pouco éticas, com inúmeros relatos completamente errôneos e distorcidos.

Por que existem tantos relatos falsos sobre o pioneirismo da música árabe no Brasil ?

R: Não sabemos o motivo exato. Acreditamos, porém, que a falta de um registro possa ter contribuído para tal acontecido. Devemos ter em mente que em qualquer anti-histórico, não há riqueza de detalhes, mas, sim, informações isoladas e muita obscuridade. Isso se dá devido ao descompasso desse relatos frente a história real; não há nada que sustente as informações ali contidas.

No Tributo ao Pioneiro da Percussão árabe no Brasil, realizamos um trabalho de pesquisa detalhada com fotos de época, vídeos históricos, textos datilografados e vários manuscritos. Tivemos o cuidado de documentar todos os fatos ali citados para não haver dúvidas sobre a informação disponibilizada.

Para ainda ratificarmos tal trabalho, fizemos uma outra pesquisa sobre o pioneirismo da discografia árabe no Brasil, analisando todo o acervo de discos históricos que pertenceu ao Músico Fuad Haidamus desde 1940, dando ênfase às obras discográficas realizadas no Brasil.

Na história da música árabe no Brasil, quem fora o maior alaudista ?

R: Tive a oportunidade de ouvir inúmeros áudios, amadores ou profissionais, de diversos alaudistas do Brasil na década de 60, 70 e 80. É difícil dizer pois há grandes alaudistas da velha guarda neste País, porém, citaremos ,aqui, Wadih Cury, pioneiro na formação do primeiro conjunto musical árabe no Brasil. Said Azar e Nabil Nagi também são outros importantes nomes.

Quem foi o maior cantor árabe de todos os tempos no Brasil ?

R: Romeu Féres, primeiro cantor árabe profissional do Brasil, fora o maior tanto na interpretação quanto na clareza da voz. Conforme registros históricos, Féres - que era cantor lírico e regente - lançou pela Odeon, nos anos 50, os primeiros LP's em homenagem a comunidade árabe no Brasil.
 

 

 

 

 

 

 

 
     

 

 

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