Tenho 30 anos de idade e comecei a tocar
derbakke agora. Há alguma possibilidade de
eu me tornar um grande derbakista no futuro?
R:. Sim, isso tudo vai depender de seu
talento, oportunidades e vontade para
aprender.
Você começou a tocar com quantos anos ?
R:. Comecei de 3 para 4 anos de idade.
Com quem você aprendeu a tocar a derbakke
?
R: Aprendi com o renomado Pioneiro da
Percussão árabe no Brasil, Fuad Haidamus.
Qual a idade mínima para se começar a
tocar derbakke? E a idade máxima ?
R:. Três ou quatro anos para a idade mínima.
Não existe, porém, idade máxima, mas, uma
pessoa com idade avançada terá menor
agilidade que uma pessoa mais jovem.
Eu estudo percussão árabe há 3 anos.
Tenho condições de fazer shows e dar aulas.
R:. Já recebi várias perguntas sobre
esse tema. Pode fazer shows sim, desde que
tenha consciência e certeza de que aquilo
que está apresentando é o certo, o correto.
Os quesitos mínimos são: ter compasso
(importante) e tocar os ritmos de forma
satisfatória. Procure antes começar com
alguém que já tenha certa pratica, fazendo
percussão base.
Com relação ao fato de ministrar
aulas, esse é um ponto bastante delicado.
Para uma pessoa ensinar, ela precisa
conhecer a essência básica de uma das duas
grandes escolas de percussão árabe
existentes, ou seja, a escola sírio-libanesa
e a escola clássica egípcia. Essas escolas
apresentam filosofias diversificadas e, quem
quer realmente ensinar, necessita
conhecê-las um pouco, pois estão diretamente
ligadas à forma de interpretar e,
principalmente, do uso correto das técnicas
para a execução dos ritmos. Se você não
segue nenhuma dessas escolas, então estará
ensinando algo sem base, sem estrutura.
Seria o mesmo que fixarmos um prego na
areia. Evite dizer a frase "Olhe como eu
faço e faça igual". Isso não é ensinar, mas,
sim, prejudicar quem quer aprender de
verdade.
Eu posso aprender percussão árabe com o
material que encontrei na internet ?
R:. Dependendo do material, você poderá
adquirir uma boa "noção"! Eu já tive a
oportunidade de ler muitos absurdos sobre
percussão árabe na internet. Devemos, sim,
ficarmos atentos. Há muito material enganoso
ou que não condiz com a realidade.
Eu quero iniciar meus estudos na
percussão mas as aulas são muito caras e
tenho medo de me frustrar com profissionais
de pouco conhecimento. Tem como eu saber se
realmente minhas aulas estão valendo a pena
?
R:. Sim ! Se uma pessoa está ensinando,
certamente está seguindo os moldes de uma
das duas grandes escolas árabes de
percussão, ou seja, a clássica egípcia ou a
sírio-libanesa. Pergunte qual dessas escolas
seu professor está seguindo e o por quê !
Fique atendo na resposta ! Qualquer dúvida,
é só nos enviar um
e-mail !
Os seus ensinamentos neste site seguem
qual escola ?
R:. Como trata-se de um site de
inicialização, há uma fusão dos ensinamentos
das duas escolas. Há raciocínios da escola
egípcia (também conhecida como escola
clássica de percussão), como também da
escola libanesa. Isso é necessário para que
o aluno tenha condições, no futuro
evidentemente, de optar entre as duas
escolas e seguir seus estudos no
aprofundamento da percussão árabe. Para
ensinar, eu sigo os moldes da escola
clássica egípcia de percussão.
Quero comprar um derbakke mas não sei qual o
melhor: Alumínio ou Cerâmica ?
R: Eu prefiro sempre os derbakkes em corpo
de cerâmica pela sua pureza e
tradicionalidade sonora, porém não há como
estabelecer uma distinção entre este e os
feitos em alumínio fundido, que também
possuem sonoridade benemérita. Antes de mais
nada, é preciso verificar como irá utilizar
o instrumento. Se for utilizá-lo em shows,
workshops etc, prefira os feitos em alumínio
fundido, pois manter a pele esticada e
aquecida dos derbakkes feitos em cerâmica é
um pouco complicado.
É
verdade que os primeiros derbakkes da
humanidade foram confeccionados em alabastro
?
R: Históricamente não ! Registros mostram
que os primeiros derbakkes foram
confeccionados em argila extraída
primeiramente às margens do Nilo. Essa é,
portanto, a tradição que perdura até nossos
dias. O alabastro, por sua vez, é uma rocha
alvacenta pouco dura do qual se extrai um pó
muito fino e granulado. É certo que os
egipcios usavam o pó do alabastro para a
confecção de pequenos vasos para perfumes,
alguns objetos sagrados e até peças
funerárias. Um derbakke feito em alabastro
de calcite, que fora o utilizado pelos povos
antigos, certamente seviria apenas para
decoração pois, se utilizado como
instrumento de percussão, teria uma
sonoridade bastante inferior frente ao feito
em cerâmica.
Com relação à percussão de base (Doholla,
Mazhar, Bendir etc..), devo usar
instrumentos em pele natural ou sintética ?
R: Prefira pele de cabra, pois são
superiores frente às peles sintéticas. Um
doholla feito de cerâmica e em pele de cabra
tem sonoridade superior aos feitos em pele
artificial.
Quanto tempo leva para se aprender a tocar
bem o derbakke ?
R: Todos possuem capacidade plena em
aprender a tocar bem um instrumento. Quanto
ao tempo,tudo irá depender de sua dedicação,
talento e vontade para aprender.
Qual a diferença entre os derbakkes modernos
feitos em vinil e os feitos em madrepérolas
? Há diferença sonora entre eles ?
R: A diferença está no acabamento do
instrumento. Os derbakkes em vinil ou
standard, por serem mais baratos, possuem
acabamento inferior aos produzidos em
madrepérolas e por isso podem apresentar uma
sonoridade menor. É importante ressaltar que
essa diferenciação sonora é mínima e tanto
os derbakkes feitos em vinil quantos os
revestidos em madrepérolas são de ótima
sonoridade.
Mulher pode tocar derbakke ?
R: Claro que sim ! Existem várias mulheres
derbakkistas
Riqq (Egito) e Daff ( Líbano ) são os mesmos
instrumentos ou existe uma diferença entre
eles ?
R: São os mesmos instrumentos musicais.
A expressão "Daff Profissional" está correta
?
R: Sim, é uma expressão aceitável ! Quando
falamos em Daff profissional, estamos nos
referindo ao instrumento próprio para ser
utilizado por músicos. Há o Daff para ser
usado nas danças, possuindo acabamento e
sonoridade inferiores aos do Daff
profissional.
Ouvi dizer que os derbakkes de cerâmica
possuem certas desvantagens em relação aos
de alumínio. Isso é verdade ?
R: Sim, possuem uma pequena desvantagem
quanto a afinação pois é complicado manter a
pele aquecida e "esticada" (o correto seria
rígida) de um derbakke de cerâmica em tempos
com muita umidade.
Onde compro instrumentos de percussão árabe
?
R: Envie-nos um e-mail para que possamos
informar aonde comprar instrumentos árabes
de qualidade no Brasil.
Eu
comprei um derbakke todo revestido em
madrepérolas e elas vivem desgrudando e
caindo. Como eu faço para colar ?
R: Isso é muito comum de acontecer,
principalmente na base do instrumento. Você
pode facilmente reparar utilizando cola
adesiva.
Comprei um derbakke de vinil e não consigo
apertar os parafusos que estão muito duros.
Tentei trocar o couro mas está impossível !
Como eu faço ?
R: Bem, se você estiver utilizando uma
tradicional chavinha em formato "L"(chave
Allen) com certeza poderá ter problemas.
Essa pequena chave, apesar ser de praxe vir
junto com o instrumento, não é muito
eficiente. Troque-a por uma pequena chave
catraca que você não terá problema.
Existem diferenças de estilos entre um
derbakkista libanês e um derbakkista egípcio
?
R: Muito difícil dizer. Geralmente,
derbakkistas libaneses valorizam o estilo
prático e popular, já os egípcios, valorizam
o estilo técnico e complexo . Hoje essa
distinção é praticamente nula.
Tenho um Riqq em pele de peixe e o couro
desgrudou da madeira. Qual a cola que
utilizo para reparar isso ?
R: Existe uma técnica para reparar esse
instrumento. Envie-nos um e-mail para que
possamos explicar melhor.
Vitor, tenho um derbakke em madrepérolas e
pele de peixe. O couro está muito velho e já
não segura uma boa afinação. Tem com eu
trocar esse couro ?
R: É claro que sim ! Existe uma técnica
própria para se fazer ! Envie-nos um e-mail
para que possamos lhe explicar melhor o
procedimento.
É
verdade que os egípcios são os melhores
derbakkistas do mundo árabe ?
R: O Egito foi e ainda é berço de grandes
derbakkistas virtuosos. Hoje, o Libano está
também como uma outra grande potência na
percussão árabe.
Ao meu ver, os derbakkistas mais virtuosos
do mundo árabe são, em geral, egipcios e
libaneses.
Tenho um derbakke em pele de peixe. Como eu
faço para não deixar ressecar o couro ?
R: Utilize um creme hidratante comum
espalhando-o por todo couro. Importante:
Espere que o couro absorva todo o hidratante
e esteja bem seco antes de tocar novamente.
Existem derbakkes amadores (cerâmica ) e
profissionais (alumínio )?
R : Essa distinção não existe ! Tanto os
derbakkes em cerâmica quanto os em alumínio
e madeira são todos utilizados por
percussionistas profissionais .
Os derbakkes modernos revestidos em
madrepérolas possuem um som abafado e perdem
com facilidade a afinação. Isso é verdade ?
R: Não é verdade ! Os derbakkes modernos em
madrepérolas são os que possuem melhor
sonoridade tanto que são os mais
requisitados atualmente pelos
percussionistas do mundo árabe. Quando se
adquire um derbakke novo é normal que ele
perca a afinação no começo.
Se eu aprender a tocar o Derbakke, eu
automaticamente consigo tocar todos os
demais instrumentos da percussão árabe ?
R: Você terá grande facilidade em aprender
os demais instrumentos porém cada um possui
uma característica e técnica específica,
havendo necessidade de estudo e treino.
É preciso ser árabe ou descendente para
tocar Derbakke ?
R: Claro que não !
Qual a diferença sonora entre o Daff e o
Pandeiro brasileiro ?
R: Os címbalos de um Riqq possuem diâmetro
maior que os de um Padeiro comum,
apresentando aquele um som mais grave que
este.
Qual a diferença entre um Daff profissional
e um Daff para Dança do Ventre ?
R: Esta no seu acabamento e na sua
sonoridade. O Daff para Dança do Ventre,
justamente por ter a finalidade de apenas
ser utilizado na dança, não possui grande
poder sonoro em seus címbalos.
Quem são os pioneiros da música árabe no
Brasil ?
R: A história da música árabe no Brasil,
como não poderia ser de outra forma,
inicia-se com a profissionalização da arte
neste país. É quando a música árabe passa a
ser apresentada da maneira correta, sem
elementos que a descaracterizem ou, então,
influência de outras culturas, como a turca
por exemplo. Historicamente são os seguintes
pessoas:
Romeu Féres: Cantor Lírico, regente,
alaudista e primeiro intérprete profissional
de músicas árabes do Brasil. Pioneiro no
lançamento dos primeiros long plays de
canções árabes pela Odeon.
Fuad Haidamus: Pioneiro da Percussão Árabe
no Brasil. Produziu os primeiros derbakes
fornecendo para milhares de lojas de
instrumentos musicais deste País. Primeiro a
se apresentar musicalmente em uma novela de
televisão (juntamente com seu irmão Jorge
Aidamus) e programa de rádio (Chico Shabou).
Realizou inúmeras gravações sendo o primeiro
percussionista oriental a tocar ao lado de
orquestras tipicamente ocidentais como as
dos maestros Osmar Millani e Sílvio Mazucca.
Wady Cury: Pioneiro da música árabe melódica
no Brasil. Cantor e Alaudista. Pioneiro na
formação do primeiro conjunto musical árabe
típico e profissional do Brasil. Lançou
vários Lp's de músicas folclóricas árabes
pela Continental.
Nabil Nagi: Cantor, Alaudista e Violinista.
Pioneiro na modernização das apresentações,
dando maior carisma aos shows ao vivo. Em
Buenos Aires, lançou seu Lp de título "Las
Mil e una Noches em Shark".
Ali Murad: Cantor e alaudista de origem
libanesa. Primeiro artista a gravar o "Canto
do Muezim" (religioso). Seu trabalho fora
intitulado "O Chamado do Muezim".
Há também os precursores na difusão da
música pelo Brasil, são eles: Emílio e
Willian Bunduki, Jorge Aidamus e Said Azar.
Os artistas mais antigos de nossa história
musical profissional foram: Fuad Haidamus,
Romeu Féres, Tanius Baaklini e Wadi Cury.
Por que Romeu Féres é o pioneiro do canto
árabe profissional no Brasil ?
Porque Romeu Féres fora o primeiro cantor a
divulgar profissionalmente o canto árabe
para o povo brasileiro, seja através de
gravações, festas e eventos públicos que
participou. Lembrando que ganhou por duas
vezes o prêmio Roquete Pinto (1951 - 1952)
como o maior intérprete de música
internacional no Brasil.
Féres deu definitivamente o primeiro passo
rumo ao reconhecimento e profissionalização
da arte do canto árabe, enfrentando inúmeras
barreiras na época (principalmente
discriminação). Lançou em seus dois Lp's
nada menos que 16 canções típicas (com
títulos em português), de autoria do poeta e
também músico Tanius Baaklini, ao lado da
Oquestra e Coro do Maestro Luis Arruda Paes
( famosa na época ). Seu trabalho fora
ínédito, desbravador e, sem dúvida alguma,
abridor de caminhos. Da mesma forma foram os
trabalhos de Fuad Haidamus e Wadih Cury.
O que foi o período pré-pioneiro da musica
árabe no Brasil ?
Fora o período que antecedeu os trabalhos de
implantação e difusão da legítima música
árabe profissional em território brasileiro.
Nesse período, a "música árabe no Brasil"
era amadora, ou seja, sem a ânsia da
profissionalização. É por essa razão que,
como dizia Fuad Haidamus, havia muita
descaracterização técnica e instrumental.
Muitos artistas amadores e profissionais
estiveram no Brasil por um tempo, se
apresentavam restritamente nos clubes árabes
e, posteriomente, retornavam a seus paises
de origem. Alguns, inclusive, chegaram a
registrar cantos típicos e solos
instrumentais em discos de 78 rpm (até mesmo
Fuad Haidamus o fez), tudo ficando adstrito
à comunidade árabe apenas. É certo, contudo,
que, mesmo escritos em caracteres árabes (
prova cabal de que não havia interesse até
então em divulgar aquilo ao povo brasileiro
), muitos desses trabalhos foram catalogados
e, hoje, merecidamente, integram a história
da discografia brasileira.
Contudo, os primeiros artistas que,
permancendo no Brasil e vencendo inúmeros
obstáculos, profissionalizaram e levaram a
música árabe aos brasileiros pioneiramente
foram: Romeu Féres (canto), Fuad Haidamus
(percussão) e Wadih Cury ( melodia e canto).
Através deles abriu-se caminho para outros
tantos profissionais, como: Nabil Naji, Said
Azar, Jorge Aidamus, Ali Murad, Willian
Bunduki etc..
Como era o conjunto musical árabe em 1970 no
Brasil ?
R: Era essencialmente tradicional. Seguia o
mesmos moldes das orquestras tradicionais
egípcias e libanesas da época.
Quando que a música árabe começou a ganhar
impulso no Brasil ?
R: A ídeia de se expandir a música árabe
pelo Brasil começou em 1970, impulsionada
pelos trabalhos de Fuad Haidamus, Wadih Cury
e Romeu Féres, que abriram caminhos para tal
possibilidade. O marco inicial, contudo,
ocorreu entre os anos de 1977 a 1978, quando
foi ao ar a novela "O Astro" exibida pela
rede Globo de televisão. Em um dos capítulos
dessa novela, Fuad Haidamus juntamente com
seu irmão, o alaudista Jorge Aidamus, se
apresentaram em umas das festas patrocinadas
pelo personagem Salomão Hayallah, o que
acabou despertando a curiosidade dos
brasileiros. Havia também nessa mesma época,
um programa de televisão destinado à colônia
árabe de São Paulo chamado "Programa Árabe
na TV", veiculado pela Rede Gazeta.
É certo dizer que hoje a música árabe está
bem mais desenvolvida no Brasil hoje do que
em anos anteriores ?
R : Um pouco, graças aos meios modernos de
comunicação e a Dança do Ventre (
principalmente ) ! Quem gosta e procura
música árabe no Brasil ainda é uma parcela
da população ( geralmente árabes ou
descendentes, bailarinas de dança do ventre
e amantes do gênero ). A grande massa
populacional gosta indiscutivelmente da
Dança do Ventre, que, por sinal, se
desenvolveu significativamente no Brasil.
Fuad Haidamus trouxe a percussão árabe para
o Brasil, abrindo caminhos para essa nova
arte. Devido as dificuldades naturais da
época, a cultura musical árabe (
instrumentos, técnicas, tipos músicais,
etc...) germinou em quase toda sua
totalidade no âmbito da colônia árabe e ali
permaneceu.
Quando e como se iniciou a difusão da música
árabe no Brasil ?
R: Inicialmente, a difusão era feita de
forma privativa e amadora, ou seja, no
âmbito da comunidade árabe apenas. Existem,
também, precedentes históricos, como Nagib
Mubarak que gravou pela Odeon, em 1930,
alguns cantos típicos sírios em discos de 78
rpm.
A história da música árabe no Brasil,
contudo, inicia-se com a profissionalização
da arte no país. O marco inicial aconteceu
em 1956 pelas ondas da Rádio Clube de Santo
André, tendo como expoentes Chico Shabou (S'habou)
(apresentador) e Fuad Haidamus, que cantou
na inauguração do programa. Também Romeu
Féres, que profissionalizou em definitivo o
canto árabe, através de seu LP "Jóias
Árabes" , primeiro da história.
Segundo inúmeros profissionais, na década
dos anos 60, 70 e 80, não havia música árabe
no Brasil e os poucos Lp's precisavam ser
adquiridos no exterior. Isso é verdade ?
R: Não é verdade ! Em 1940 e 50, a Odeon e a
Continental já produziam no Brasil discos em
78 rpm com canções árabes. Havia também,
nessa mesma época, a Baida do Brasil, de
Constantino F. Baida, que tinha como
logomarca não os tradicinais alaúdes
cruzados (simbolo internacional da Baida
Records), mas, sim, um pássaro canário. Tudo
está devidamente documentado neste site.
Romeu Féres, pioneiro do canto árabe
profissional no Brasil, gravou pela
Continental, entre as décadas de 50 e 60, os
primeiros Lp's de músicas árabes no Brasil.
Havia também representantes das grandes
gravadoras do Egito e Lìbano, cosideradas,
hoje, grandes legendas na história da música
árabe no Mundo, como: Voice of Lebanon,
Ariphone, Cairophon, Sonocairo etc.. (visite
o link http://www.vitorabudhiar.com/curiosidades.htm
e conheça com exatidão toda essa história,
com fotos e arquivos de áudio das antigas
mídias produzidas no Brasil).
A música árabe está consolidada no Brasil
atualmente ?
R: Não e ainda falta muito para isso
acontecer. Os ritmos árabes, os instrumentos
que compõem a música árabe ( principalmente
percussão ), as suas técnicas etc.., ainda
são bastante desconhecidas pela maioria dos
brasileiros.
Quando desenvolvi este site, desejei mostrar
de forma um pouco mais transparente a
percussão árabe ( libanesa ), juntando
ensinamento básico e história da percussão
no Brasil. Sempre fui um grande admirador da
história real da música árabe neste País e
de suas tradições ( há mais de 30 anos).
Quando percebi que toda essa rica história
que hoje estamos resgatando e levando ao
conhecimento de todos estava sendo apagada
dia após dia, ampliei os horizontes em minha
proposta de trabalho.
É correto dizer que a história inicial da
música árabe no Brasil estava esquecida ?
R: Sem dúvida ! A falta de um histórico
detalhado acabou favorecendo, diretamente ou
indiretamente, o surgimento de idéias
oportunistas e, certamente, pouco éticas,
com inúmeros relatos completamente errôneos
e distorcidos.
Por que existem tantos relatos falsos sobre
o pioneirismo da música árabe no Brasil ?
R: Não sabemos o motivo exato. Acreditamos,
porém, que a falta de um registro possa ter
contribuído para tal acontecido. Devemos ter
em mente que em qualquer anti-histórico, não
há riqueza de detalhes, mas, sim,
informações isoladas e muita obscuridade.
Isso se dá devido ao descompasso desse
relatos frente a história real; não há nada
que sustente as informações ali contidas.
No Tributo ao Pioneiro da Percussão árabe no
Brasil, realizamos um trabalho de pesquisa
detalhada com fotos de época, vídeos
históricos, textos datilografados e vários
manuscritos. Tivemos o cuidado de documentar
todos os fatos ali citados para não haver
dúvidas sobre a informação disponibilizada.
Para ainda ratificarmos tal trabalho,
fizemos uma outra pesquisa sobre o
pioneirismo da discografia árabe no Brasil,
analisando todo o acervo de discos
históricos que pertenceu ao Músico Fuad
Haidamus desde 1940, dando ênfase às obras
discográficas realizadas no Brasil.
Na história da música árabe no Brasil, quem
fora o maior alaudista ?
R: Tive a oportunidade de ouvir inúmeros
áudios, amadores ou profissionais, de
diversos alaudistas do Brasil na década de
60, 70 e 80. É difícil dizer pois há grandes
alaudistas da velha guarda neste País,
porém, citaremos ,aqui, Wadih Cury, pioneiro
na formação do primeiro conjunto musical
árabe no Brasil. Said Azar e Nabil Nagi
também são outros importantes nomes.
Quem foi o maior cantor árabe de todos os
tempos no Brasil ?
R: Romeu Féres, primeiro cantor árabe
profissional do Brasil, fora o maior tanto
na interpretação quanto na clareza da voz.
Conforme registros históricos, Féres - que
era cantor lírico e regente - lançou pela
Odeon, nos anos 50, os primeiros LP's em
homenagem a comunidade árabe no Brasil.
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