Introdução.
Na época
em que
iniciei
meu
aprendizado
na
percussão
libanesa,
tive a
oportunidade
de ouvir
muitas
histórias
fantásticas
quase
todas
referentes
à
percussão,
instrumentos
musicais
e seus
célebres
músicos
percussionistas.
Parece-nos
estranho,
mas a
idéia de
relacionar
grandes
artistas
à
histórias
fantásticas
e
mirabolantes
não é
algo tão
fora do
comum
assim. O
grande
tenor
italiano
Enrico
Caruso,
por
exemplo,
possui
várias
histórias
espetaculares
contadas
a seu
respeito.
Relatarei
aqui
algumas
curtas
histórias
folclóricas,
porém,
bastante
curiosas
e, por
que não,
muito
engraçadas
por
sinal. A
partir
de
agora,
vamos
adentrar
no mundo
dos
Mitos
e Lendas
que
envolvem
a
percussão
libanesa
e seus
fantásticos
músicos
da
antiguidade.
O Grande
Percussionista
Jamil.
O grande
Jamil
Flewar
havia
começado
a tocar
Derbakke
desde
muito
jovem.
Com o
tempo e
dedicação
extrema,
acabou
se
tornando
a maior
lenda da
percussão
árabe de
todos os
tempos.
Diziam
que seus
dedos
eram
fortes
como aço
e suas
técnicas
insuperáveis.
Certa
vez,
Jamil e
sua
orquestra
de
músicos
fizeram
uma
grande
apresentação.
Milhares
de
pessoas
lotaram
o teatro
para
vê-los
tocar.
No
momento
mais
alto do
espetáculo,
quando a
orquestra
apresentava
"A Dança
da
Serpente"
, o
inesperado
pelo
público
ocorreu.
As luzes
do
teatro
se
apagaram
e
potentes
holofotes
passaram
a
iluminar
apenas
os
músicos
percussionistas.
Após
alguns
enfeites
rítmicos
espetaculares,
Jamil,
com um
simples
toque,
começou
a
equilibrar
o
derbakke
em seu
polegar
fazendo-o
girar
sobre
seu
próprio
eixo. A
multidão
presente
quase
vem
abaixo,
e todos
começaram
a
aplaudir
e gritar
seu
nome. A
façanha
durou
alguns
segundos,
e quando
o
instrumento
perdeu
sua
força de
rotação,
Jamil o
jogou
sobre
seu colo
e
prosseguiu
tranqüilamente
o
acompanhamento
percussivo.
(Lenda
sobre
Jamil
Flewar -
contada
por Fuad
Haidamus
-
Pioneiro
da
percussão
árabe no
Brasil).
A Mazhar
e o som
do
trovão.
Dizem
que a
Mazhar,
quando
tocada
em
grande
número,
consegue
reproduzir
fielmente
o som de
um
trovão
no
deserto.
Certamente
uma
grande
lenda
envolvendo
esse
instrumento
milenar.
(Lenda
folclórica
libanesa)
As
famosas
Derbakkes
em
bexigas
de boi.
Diziam
os
antigos
árabes
libaneses
que uma
Derbakke
de
cerâmica
revestida
de
bexiga
de boi
ou vaca
curtida,
produz
som
inacreditavelmente
espetacular.
Haidamus
testou o
mito na
década
dos anos
80 e
não
obteve
resultados.
A
Percussão
Árabe e
os
Animais.
Um dos
grandes
enigmas
referetes
à origem
dos
ritmos
árabes
em que
eles
foram
inspirados.
O Ayyub
- ou
Zaar
para os
egípcios
- é um
exemplo
clássico
desses
ritmos.
Conta-se
que a
inspiração
para seu
surgimento
veio da
forma
como o
camelo
ou
dromedário
se
locomove.
O Malfuf,
por sua
vez,
teria
sido
inspirado
nos
movimentos
da
serpente.
Os snujs
ou Sagat,
muito
utilizados
pelas
Bailarias
de Dança
do
Ventre,teriam
uma
estreita
relação
com os
gatos,
uma vez
que,
historicamente,
foram
originados
do
Sistro,
instrumento
utilizado
por
Bastet -
mitologica
deusa
egipcia
com
cabeça
de gato
e corpo
de
mulher.
Há uma
crença
libanesa
(ou
árabe),
pouco
difundida
por
sinal,
de que a
Derbakke
ou Tabla
possui
certa
relação
com os
Cavalos.
Tal
inspiração
vai
desde
seu som
até a
forma
como o
instrumento
é
tocado.
Verídicas
ou não,
é certo
que
todas
essas
afirmações,
recheadas
de
mistérios
e
incertezas,
induzem
certa
curiosidade
e
fascinação
a todos
nós.
O cavalo
que
trotou
ao som
da
derbake
de
Haidamus.
Contava
Fuad
Haidamus
que,
certa
vez, em
uma de
suas
apresentações
com seu
conjunto,
um
cavalo
árabe
trotou
acompanhando
o ritmo
de sua
derbake,
exibindo-se
para
platéia
ali
presente.
Muitos
relatam
que esse
acontecimento
fora
realmente
verídico.
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