Existem regras para se construir um solo de percussão árabe ?
Não
há
uma
regra
específica
para
se
criar
um
solo
de
percussão
árabe,
mas,
sim,
alguns
elementos
que
servem
de
subsídios
para
a
sua
boa
construção.
É
importante
frisar
que
o
solo
de
tabla
pouco
evoluiu
desde
sua
criação.
O
solo
considerado
clássico
vem
sendo
muito
repetido
nos
trabalhos
de
diversos
músicos
percussionistas
em
todo
o
mundo.
Na
analise
do
solo
clássico,
podemos
observar
que
uma
prática
bastante
comum
é a
de
se
enfeitar
duas
frases
rítmicas
seguidas
e,
ao
final,
estabelecer
um
corte,
uma
aparada.
Geralmente
os
ritmos
mais
usados
como
base
são
o
Baladi,
o
Maqsoun
e o
Fallahi.
É
claro
que
existem
solos
com
combinações
rítmicas,
dos
quais
considero
perfeito
para
Dança
do
Ventre.
Eis
os
principais
subsídios
básicos
para
se
construir
um
bonito
solo
de
tabla:
1 -
Atenção
ao
compasso
rítmico,
Evitar
toques
fora
do
compasso,
ou
seja,
que
ferem
a
marcha
natural
do
ritmo.
2-
Tocar
sem
afobação,
Tocar
rápido
não
significa
tocar
bem
!
3 -
Buscar
harmonizar
os
sons
dos
instrumentos,
Isso
não
vale
apenas
para
o
derbakkista,
mas,
também,
para
todos
os
músicos
percussionistas
que
estiverem
tocando
em
conjunto.
4 -
Estabelecer
uma
seqüência
lógica
ao
solo,
É
uma
evolução
gradativa
do
solo;
Importante,
até
para
evitar
gerar
certa
confusão
à
Bailarina
ou
espectador.
5 -
Evitar
repetir
enfeites
várias
vezes.
Não
tornarmos
o
solo
extremamente
monótono.
Fica
evidente
que
além
destes
subsídios,
existem
outros
ainda
mais
importantes
que
se
relacionam
com
a
maneira
de
se
interpretar
os
ritmos,
através
do
correto
emprego
da
chamada
dinâmica
rítmica.
Toques
especiais
da Tabla
Árabe.
A Tabla
Árabe é
um
instrumento
extremamente
versátil
em
termos
de
sonoridade.
Nela é
possível
realizar
inúmeros
sons,
enfeites
e
repiques
variando-se
assim de
acordo
com o
desejo
de cada
percussionista.
Para se
extrair
tais
sons, é
necessário
recorrer
a
algumas
técnicas
pertinentes,
muitas
vezes, à
percussão
em
geral.
Vejamos
os
principais
sons e
efeitos
produzidos
na Tabla
Árabe:
1 -
Repique –
O
repique
é
utilizado
no
embelezamento
percussivo
como
também
no
início
e/ou
término
de um
solo.
Utiliza-se
em geral
os dedos
médio e
anular
de ambas
as mãos
unidos
(técnica
básica),
batendo-os
de forma
alternada
e rápida
nas
bordas
superiores
da Tabla
Árabe.
2 -
Estouro –
O
estouro
é
utilizado
muitas
vezes
como um
recurso
para
acelerar
determinado
ritmo.
Com a
mão
direita
(destros)
ou
esquerda
(canhotos),
em forma
de cone
raso,
bate-se
no
centro
da Tabla
Árabe
produzindo
o som.
3 -
Estalo –
Batida
seca e
aguda
sem
vibração
da
membrana
de couro
ou
nylon.
Usa-se a
base do
polegar
da mão
direita
(destro)
ou
esquerda
(canhoto)
para
pressionar
o centro
da Tabla
Árabe,
batendo-se
com a
mão
esquerda
(destros)
ou
direta
(canhotos)
na borda
da
mesma.
Movimentando
a base
do
polegar
verticalmente
sobre a
membrana,
é
possível
a
obtenção
de sons
dos mais
variados.
4 -
Trigêmeo –
Espécie
de
repique
no qual
utiliza-se
os dedos
anular,
médio e
indicador
da mão
esquerda
(destros)
ou
direita
(canhotos),
que
deverão
tocar a
borda da
Tabla de
forma
alternada
e sempre
nesta
ordem
apresentada
(1ºtoque
– dedo
anular,
2º toque
– dedo
médio e
3º toque
– dedo
indicador
) sempre
de forma
rápida e
seqüenciada
(técnica
comum).
Dessas
batidas
chaves
apresentadas,
é
possível
criar
inúmeros
enfeites
e
repiques
especiais
que
poderão
ser
utilizados
nos mais
variados
tipos de
solos. É
neste
momento
que
entra a
criatividade
do
percussionista.
A
notação
dos
ritmos
árabe.
Em
primeiro
lugar
vamos
procurar
entender
o que
significa
a
expressão
"notação
rítmica".
Notação
é ato de
representar
um
determinado
rítmo
por meio
de
símbolos
ou
caracteres.
Não
trabalharemos
aqui com
pautas
de
percussão,
mas,
sim, com
um
sistema
mais
prático,
simples
e
acessível,
sem
contudo
nos
afastarmos
do
objetivo
primordial,
que é o
de
representar
graficamente
os
ritmos
árabes
buscando
sempre
aproximar-se
ao
máximo
de sua
correta
cadência
sonora.
É
importante
ressaltar
que
nenhuma
forma
notada
ou
anotada
dos
ritmos
árabes
pode ser
considerada
cem por
cento
eficaz,
isto,
claro,
visto
aos
olhos do
sistema
de
aprendizagem
rítmica.
Todo
ritmo
possui
uma
determinada
essência
e
característica
própria,
e isto
não se é
possível
passar
em uma
forma
anotada.
Deve-se
sempre
ter em
mente
que a
forma
gráfica
deve
sempre
ser
interpretada
pelo
percussionista.
É
portanto
aconselhável
ouvir o
ritmo
para sua
perfeita
compreensão.
Obseve e
memorize
o texto
chave
abaixo:
Texto
chave
para
pessoa
destra
Toques |
Descrição |
Tá |
Batida forte com a mão direita. |
Ká |
Batida forte com a mão esquerda. |
tá |
Batida suave com a mão direita. |
ká |
Batida suave usando a mão esquerda. |
KÁ |
Batida aguda e seca usando a mão esquerda. |
TÁ |
Estouro usando a mão direita. |
DUM |
Batida grave no centro da Tabla árabe usando sempre sua mão direita. |
Espacos |
Pequena pausa entre uma batida e outra |
Texto
chave
para
pessoa
canhota:
Toques |
Descrição |
Tá |
Batida forte com a mão esquerda. |
Ká |
Batida forte com a mão direita. |
tá |
Batida suave com a mão esquerda. |
ká |
Batida suave usando a mão direita. |
KÁ |
Batida aguda e seca usando a mão direita. |
TÁ |
Estouro usando a mão esquerda. |
DUM |
Batida grave no centro da Tabla árabe usando sempre sua mão esquerda. |
Espacos |
Pequena pausa entre uma batida e outra |
Observe
agora a
notação
gráfica
do ritmo
Baladi
4/4:
DUM DUM
tákáTá
DUM
tákáTá
táká.....
DUM DUM
= Duas
batidas
pausadas
no
centro
da Tabla
Árabe.
tákáTá =
Sequência
de 3
batidas
na borda
superior
da Tabla
Árabe,
sendo a
última
batida,
mais
forte
que as
anteriores.
DUM =
Uma
batida
no
centro
da Tabla
Árabe.
tákáTá =
Sequência
de 3
batidas
na borda
superior
da Tabla
Árabe,
sendo a
última
batida
mais
forte
que as
anteriores.
táká =
Sequência
de duas
batidas
suaves
na borda
superior
da Tabla
Árabe.
Terminada
uma
sequência,
torna-se
a
repeti-la
dando
assim
início a
uma
continuidade
rítmica,
observe:
DUM DUM
tákaTá
DUM
tákáTá
táká DUM
DUM
tákátá
DUM
tákáTá
táká DUM
DUM
tákáTá
DUM
tákáTá
.....
Vamos
agora,
em um
segundo
exemplo,
analisar
outro
ritmo
bastante
comum na
percussão
árabe
chamado
Malfuf:
DUMkákáTákákáTá
DUM =
Uma
batida
no
centro
da Tabla
Árabe.
kákáTákákáTá
=
Sequência
de seis
batidas
onde os
dois
primeiros
toques
são
feitos
com a
mão
esquerda
(destro)
ou
direita
(canhoto),
e o
terceiro
usa-se a
mão
direita
(destro)
ou
esquerda
(canhoto).
Novamente,
no
quarto e
no
quinto
toque,
usa-se a
mão
esquerda
(destro)
ou
direta
(canhoto)
e, no
sexto, a
mão
direita
(destro)
ou
esquerda
(canhoto).
Novamente,
ao
terminar
uma
sequência,
torna-se
a
repeti-la,
dando
assim
uma
continuidade
rítmica
da
seguinte
forma:
As
Batidas
Especiais:
No
tópico
anterior,
analisamos
as
batidas
simples
ou
comuns
da Tabla
Árabe,
representadas
graficamente
pelas
expressões
"tá", "ká",
"Tá" e "Ká".
Agora,
iremos
nos
preocupar
com as
batidas
especiais
graficamente
representadas
pelas
expressões
"TÁ" e "KÁ".
A batida
"KÁ"
representa
o estalo
com
vibração
da
membrana,
ou seja,
toque de
som
agudo
efetuado
na borda
da Tabla
Árabe. É
amplamente
utilizados
na
execução
de
algumas
variações
rítmicas,
como,
por
exemplo,
o Baladi
Clássico
Egípcio.
Observe:
DUM DUM
ká KÁ
DUM ká
KÁ...
Com o
dedo
indicador
ou médio
da mão
que se
executa
a batida
do
"DUM",
pressiona-se
suavemente
o centro
da Tabla
Árabe.
Dessa
forma o
som, ao
se bater
na borda
do
instrumento,
será
produzido.
A batida
"TÁ" é o
estouro,
já
mencionado
em
tópico
anterior.
Com a
mesma
mão que
se
executa
o "DUM",
posicionando-se
em forma
de cone
raso,
bate-se
no
centro
da Tabla
Árabe.
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