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1 -
Desert Rithms
2 -
Swing Al Falaha
3 -
Oasis Dunia
4 -
Arabic Street
5 -
Genuine Baladi
6 -
Saaid Song
7 -Malfuf or Maqsum |
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História do Solo de Derbake no Brasil. |
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Segundo dados históricos, o primeiro "tabla
solo" foi apresentado no Egito pelo
percussionista Ahmed Hammouda, que
desenvolveu uma técnica consistindo na
combinação precisa de ritmos folclóricos
árabes(geral) e egípcios (específicos),
tocados dentro de uma logística sequencial,
desenvolvidos para as apresentações de
Nagwa Fouad (a princesa do Cairo).
Há, porém, uma segunda corrente que afirma
ser o "tabla solo" de autoria do
percussionista libanes Jamil Flewar,
que apresentou os principais rudimentos que
se tornariam modelo a todos os demais
percussionistas que se seguiram.
Já no período de Souhair Zaki,
destacou-se o percussionista Hosni
Wattatak (egípcio), que muito difundiu a
arte do solo de tabla em seu tempo.
No Brasil, a arte do solo de tabla ou
derbakke surgira em caráter oficial há
aproximadamente 40 anos atrás. O primeiro
tabla solo surgiu em meados de 1970, pelas
mãos do percussionista libanês Fuad
Haidamus, Mestre e pioneiro da percussão
árabe no Brasil. Haidamus, que iniciou seus
estudos de percussão aos 15 anos de idade no
Líbano, inspirado em Jamil Flewar,
seu antigo grande Mestre
libanês de percussão, apresentou o que chamou
de "derbakke solo" ou "solo da derbakke".
Fora criado especialmente para as
apresentações da notável e lendária
Bailarina Shahrazad Sharkey (
Madeleine Iskandarian ), Dama e Pioneira da
Dança do Ventre no Brasil, que passara a se
apresentar com frequência no restaurante
Bier Maza no ano de 1979. Curiosamente,
São Paulo se tornou o berço tanto da Dança do Ventre
quanto da Percussão Árabe no Brasil.
Utilizando
o Daff como instrumento base, muitas vezes
tocado pelo músico Emílio Bunduki, Haidamus
apresentou o solo de tabla clássico ou
convencional, introduzindo o "estalo"nas
finalizações das frases rítmicas (Maqsoun
(4/4), Ayubb (2/4) e Malfuf ou Leff (4/4)).
A técnica inédita de Haidamus, apresentada
no pequeno palco do extinto restaurante Bier
Maza, passou a ser copiada posteriormente
por quase todos os outros músicos no Brasil,
a partir da década dos anos 80. Ainda na década dos anos 70, o solo e
acompanhamento na derbake passaram a ser
difundidos em rede de televisão brasileira.
Haidamus, através do extinto programa
denominado "Programa Árabe na TV",
veiculado pela Rede Gazeta de Televisão,
apresentou-se por inúmeras vezes.
Neste mesmo período, Fuad Haidamus e seu
irmão, o alaudista Jorge Aidamus,
tocaram na novela "O Astro" da
Rede Globo de Televisão (1978), despertando
ainda mais o interesse dos brasileiros à
música árabe e sua percussão.
Fuad Haidamus também foi o primeiro músico a
desenvolver e apresentar o solo livre de
tabla, ou seja, sem acompanhamento base. Na
atualidade, essa técnica vem sendo muito
explorada por percussionistas brasileiros.
Na década
dos anos 80, o solo da Tabla ou da Derbakke
passou a ser um dos pontos chaves nos shows
musicais ao vivo. Durante as apresentações
de Nabil Nagi, considerado o
alaudista que deu uma nova roupagem às
apresentações ao vivo no Brasil, o solo
de derbakke para a apresentação de
bailarinas e rodas de dabke tornou-se comum.
Nesse período, muitas baliarinas foram
descobertas artisticamente. Recordamos,
ainda, que as Derbakkes em pele sintética ou
artificial só passaram a ser utilizadas em
shows neste país a partir dos anos 90. Em
meados de 1995, Fuad Haidamus terminara em
caráter definitivo a produção de Derbakkes
tradicionais, em cerâmica e pele de cabrito.
Até nossos dias, as apresentações musicais
ao vivo seguem os mesmos moldes apresentados
por Nabil Nagi, contendo dança do ventre
e rodas de dabke como é possível de observar
nos mais diversos vídeos históricos da
época.
Pois bem, é certo que desde sua invenção, o
solo de tabla pouco evoluiu. A repetição
sistemática de repiques improvisados e
combinados inseridos a uma curta frase
rítmica, se tornou a grande característica
dessa arte e é o estilo ideal para a prática
da dança do leste ( dança do ventre ).
Quando trabalhado com precisão, o solo da
tabla emociona muitos sem exceção.
Aparentemente semelhantes, cada solo se
apresenta como um novo desafio para quem
dança. Trata-se, portanto, de uma renovação
constante e infinita.
Mesmo após ter surgida no Brasil há mais de
30 anos atrás, a técnica trazida por
Haidamus ainda permaneceria inalterada em
todos os shows que possamos ver atualmente.
Para Vitor Abud Hiar, a inovação se deu
apenas quanto a inserção de outros
instrumentos além do Daff ( Mazhar, Doholah,
Bendir ) à percussão base, e nada mais.
A percussão
libanesa contemporânea no Brasil.
No ano de 1995, o pioneiro Fuad Haidamus
havia terminado em definitivo a produção de
derbakkes em cerâmica e pele de cabrito ou
peixe. Lojas especializadas, passaram a
importar derbakkes em alumínio fundido e
membrana artificial do Egito, Líbano e
Síria. Haidamus afastou-se dos palcos devido
a idade avançada; outros importantes nomes
também fizeram o mesmo, por motivos
particulares.
Os teclados eletrônicos, frutos da nova era
modernizada, tornaram-se uma boa opção para
"substituir"o tradicional alaúde (
instrumento de complexidade técnica ) nas
apresentações, facilitando
significativamente a formação de conjuntos
árabes independentes. Com os anos que se
seguiram, ante a aparente falta de registros
da nossa história musical, anti-históricos
passaram a ser difundidos, obstruindo a
continuidade dos fatos históricos e
atentando diretamente contra o nome e o
trabalho de nossos célebres pioneiros
musicais.
"Sonic Tabla" e Home Estúdio Abudrum.
Set de Gravação ( O Estúdio ).
Por mais de uma década, Vitor Abud Hiar
dedicou-se minuciosamente aos estudos da
sonoridade típica de cada instrumento
pertencente ao rol da percussão libanesa.
Seus estudos basearam-se na análise do
tradicional timbre antigo, característica
marcante em tais diversificados instrumentos
milenares. buscando, assim, a resposta de
como extrair de cada um deles a melhor
sonoridade possível, sejam tocados
individualmente ou em grupo, frente a
modernidade advinda com a era da gravação
digital.
Curiosamente é raro vermos trabalhos
percussivos árabes que não apresentem
imperfeições sonoras, sejam de menor ou
maior intensidades. Quando o assunto é
captação de tambores antigos, o uso de bons
equipamentos para a coleta dos sons, além de
cabos em filamento de prata e plugs banhados
à ouro não são elementos imperativamente
essenciais; a perfeita escolha do ambiente
também se faz mais que necessário.
Após anos de dedicação intensa tais
trabalhos renderam importantes frutos.
Criado no ano de 2005 pelo idealismo de
Vitor Abud Hiar, o estúdio ABUDRUM fora
especificamente projetado, em caráter
inicial, para realização de gravações de
instrumentos musicais de alta ressonância,
como, por exemplo, tambores e metais. Entre
os anos de 2006 a 2008 o trabalho
permaneceria ainda em fase de testes, até
que em 2009 as primeiras gravações começaram
a ser feitas sob um sistema acústico
realmente diferenciado.
A sala acústica ou set de gravação, segue os
princípios elementares de proporcionalidade
acústica, partindo dos estudos dos célebres
físicos Newman, Bolt e Beranek (regras estas
seguidas para a criação dos melhores
estúdios musicais do mundo), privilegiando,
assim, uma perfeita distribuição sonora
imprescindível para uma perfeita captação.
Após os cálculos realizados e conhecendo-se
as frequências sonoras produzidas por um
determinado tambor no âmbido da sala
acústica milimetricamente projetada, é
possível, assim, ultilizando-se de
específicos filtros e/ou plug-ins,
corrigir possíveis imperfeições.
Os Instrumentos percussivos, dependendo da
localidade onde são tocados, podem produzir
as chamadas ondas estacionárias que,
certamente, causam prejuízos à qualidade das
gravações. O resultado final são trabalhos
sonoricamente únicos e bem delineados, dando
ênfase à beleza e precisão das notas
percussivas apresentadas nas técnicas
desenvolvidas por Vitor Abud Hiar
há mais
de 40 anos.
Assim, dando continuidade ao seu antigo
projeto idealizado nas décadas dos anos 80 e
90, quando gravou os primeiros trabalhos em
caráter experimental utilizando duplos tapes
analógicos e montagens em fitas cassetes,
Vitor Abud Hiar vem dedicando-se à gravação
de inúmeros Samples & Loops
(técnica utilizada pela primeira vez por
Giorgio Moroder na década dos anos 70),
em perfeitas BPM (batidas por minuto)
que podem ser facilmente utilizadas como
base rítmica na produção de qualquer obra
discográfia. A diferença, nesse caso, é a
não frieza dos ritmos produzidos pelos
sintetizadores artificiais, bastante
condenados na música oriental. Essas
gravações serão utilizadas gradativamente
nos trabalhos discográficos de Vitor Abud
Hiar.
•
Localização
da Sala Acústica no Gráfico de
proporcionalidade, após cálculos realizados
.
É notório que a música árabe no Brasil teve
seu início histórico há muitos anos atrás.
Fuad Haidamus, apesar de não ser considerado
um cantor profissional, fora o primeiro a
divulgar a música árabe cantada no Brasil
através do programa radiofônico de Chico
Shabou no ano de 1956.
Já o primeiro Lp gravado no Brasil, fora de
autoria do eminente cantor lírico Romeu
Féres surgido na década dos anos 50. Féres
fora o primeiro intérprete de músicas árabes
no Brasil; gravou pela então famosa e
atualmente extinta Odeon os long plays
"Jóias Árabes" e "Tardes Orientais". Foram,
estes, os primeiros trabalhos realizados em
homenagem a Comunidade Árabe no Brasil.
Apesar Romeu Féres ter gravado os primeiros
Lp´s na década de 50, as primeiras mídias no
Brasil datam de tempos ainda mais remotos.
Dentre as famosas gravadoras da época, além
das internacionais Baida records, Ariphone,
Baidaphon, Misrophon, Sonocairo.etc..
podemos citar, além da supracitada Odeon, a
Continental.
Além de projetado especificamente para
gravação de tambores e metais, o estúdio
ABUDRUM também pode ser considerado um
grande instrumento no resgate em áudio
profissional da história da música árabe
evolutiva no território brasileiro. Possui
um considerável acervo realmente histórico,
então pertencente à tradicional Família
Haidamus,.
Conhecedor e apaixonado pela evolução da
música árabe em território brasileiro, Vitor
Abud Hiar vem resgatando e utilizando tais
mídias como fonte inspiradora na criação de
seus trabalhos percussivos. Convêm ressaltar
que além das mídias antigas de artistas
internacionais hoje raríssimas no nosso
tempo, há também gravações históricas em
fitas cassetes de áudio amador de
apresentações de nossos renomados músicos
pioneiros e precursores , como : Wadih
Cury, Romeu Féres, Jorge Aidamus e
conjunto Egito, William Bunduki e
seu conjunto, Fuad Haidamus entre
outros, nos restaurantes árabes Bier Maza e
Porta Aberta.
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